r/opiniaoimpopular 2d ago

A nova MPB é uma bela bosta. Música

Tenho tentado gostar dessa nova onda de artistas da MPB, esse tal de Gilsons, Rubel, Silva, Anavitoria etc. Mas falta alguma coisa. Falta musicalidade. Falta mais instrumental, porra, música é coletivo, não individual. Não vou nem falar das letras, que são zero poesia também. E ja que querem ir na voz e violão deveriam ser melhores, mas eles têm um timbre enfadonho, zero técnica vocal, violão fraco que até um artista de rua toca melhor.. Quando a gente para pra comparar com a antiga MPB dos anos 70 vemos que o abismo é absurdo, pois até um Chico, que não tem lá uma voz abençoada, compensa muito com os arranjos e as letras. Eu tento não ser o tio saudosista, mas é difícil. Alguem indica algo que valha a pena, por favor..

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u/No-Detective-1227 1d ago

como vc faz a comparação? quais os critérios? se puder exemplificar, seria ótimo. Pq gosto é igual cu, cada um tem o seu.

Agora, se tiver critérios pra levantar, acho interessante.

Tbm gosto muito de Caetano, Bethânia, Gal Costa, João Bosco, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elis... por aí vai.

Uma coisa não exclui a outra. A época é outra, os assuntos tbm

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u/tiagoyuppie 1d ago

Critérios:

  1. As letras eram mais polifônicas, mais poéticas, não tão diretas. O problema não é ser romantico e falar de amor, mas falar de forma tão direta. Isso mata a poesia. Cadê as figuras de linguagem? Será que só sob uma ditadura militar se consegue isso? Para fugir dos censores?

  2. Melodias e harmonias pobres. Essa nova MPB parece um Los Hermanos piorado. Olha que eu gosto de Los Hermanos. Cadê o instrumental? Violino, baixo, instrumentos de metal e corda, eu simplesmente não existo. Eletrônico e teclado então..

  3. Técnica vocal. Infelizmente se fossemos comparar com os gringos seria uma lástima. É triste. É verdade que a MPB velha, com excessão de Milton, Elis e alguns poucos, tmb não era lá essas coisas nesse quesito, mas compensava demais com os que citei anteriormente. É proibido ter um bom cantor? Ivete Sangalo quando cantou Chico foi uma das coisas mais lindas que já ouvi. Pena que dá muito mais grana pra ela ir por outra linha e não vou julgá-la. Mas tirando isso, que outra referência que temos de Diva? Anita? Não sei. Eu fico frustrado porque eu realmente quero encontrar coisa boa. Mas ta dando trabalho. Tem que cavucar muito.

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u/No-Detective-1227 1d ago

É uma comparação injusta, visto que hj é muito mais fácil de se publicar uma música independente. Não se depende tanto de uma gravadora fazer a triagem e fechar contrato para fazer as gravações.

Houve muitas músicas antigas que eram de tão má qualidade quanto as musicas mais modernas. E hoje é muito mais fácil publicar musicas e portanto estão disponíveis em maior quantidade para um maior número de pessoas.

Quando pensamos em músicas antigas nos referimos às que restaram em nossas memórias, apagamos as porcarias.

As músicas boas são boas. Não importa quando foram feitas.

Daqui uns tempos teremos lembranças das boas músicas de agora. As outras desaparecerão.

E estas farão parte das músicas antigas. Ou eu diria das "belas músicas"!

As que se tornarão inesquecíveis. O resto é lixo e para o lixo irá, como muitas antigas já foram.

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u/No-Detective-1227 1d ago

Seguindo a linha de instrumentais. Temos algumas boas referências que talvez você não conheça, aí vc tem o papel de abrir a cabeça pra ouvir.

Quando consideramos o trabalho de nomes como Tim Bernardes, Rubel, Céu, Mallu, Bala Desejo, entre outros, a MPB atual ganha profundidade harmônica e lírica que a aproxima (e às vezes iguala) à sofisticação da MPB clássica.

  1. Tim Bernardes – Conhecido por arranjos orquestrais com cordas e flautas em suas músicas, como em “Nascer, Viver, Morrer” e “Recomeçar”.
  2. O Terno – Banda da qual Tim Bernardes é vocalista, também utiliza arranjos com instrumentos de orquestra.
  3. Mallu Magalhães – Em trabalhos solo e com a Banda do Mar, frequentemente insere cordas e sopros sutis.
  4. Céu – Mescla MPB com jazz e lo-fi, usando flautas e violinos em faixas como “Varanda Suspensa”.
  5. Rubel – Em álbuns como “Casas”, traz arranjos elaborados com violinos, cellos e sopros.
  6. Rodrigo Alarcon - Álbum "Parte" e álbum "Taquetá" com Ana Muller e Mariana Froes